domingo, 3 de março de 2013

O PODERO DO EMPREGO E DO DESEMPREGO

O PODER DO EMPREGO E DO DESEMPREGO


Jorge Trindade

    Várias empresas fecharam suas portas em Tapes nos últimos tempos. A sucessora da Fábrica de Calçados Schmidt deixou cerca de duzentos desempregados, que foram absorvidos pelo mercado de trabalho sabe-se lá como. Fechou também o Unisuper, mais 20 desempregados, a Stival outros tantos, a Ehlert Implementos Agrícolas migrou para Sentinela do Sul, fora pequenos empreendimentos. Assim, o leitor poderia supor que a falta de uma política pública de produção de empregos deporia contra a Administração Municipal, mas não. Este fato tornou a Prefeitura o maior empregador local e o administrador público o "Senhor" do emprego e do desemprego.

    Aí é que começam os problemas. Sabemos que em um contexto geral, os empregos na Prefeitura não são esta maravilha toda, mas diante do quadro atual, são, sim, bons empregos, salário certinho no dia combinado, algum status e coisa e tal. Não tendo sido produzidas novas vagas, o mais correto é garantir as que se têm. Mas tem a competição, quem está dentro não quer sair e quem está fora quer entrar. Então a mão poderosa começa a funcionar, currículo pra cima, currículo pra baixo, este é companheiro, este não é. Assim, uma só pessoa manipula os sonhos e as expectativas, e até a sobrevivência de muita gente, exercendo este poder.

    Claro que o serviço público não pode parar, mesmo com a sucessão, e disso o Prefeito não pode se queixar, já que a Câmara de Vereadores aprovou a contratação emergencial pelo período de dez meses de dezoito profissionais para os setores mais carentes. Mas estes serão escolhidos por aquela mão oculta e poderosa. Só que a competência para o exercício da função pública só pode ser medida através do concurso, ação necessária para manter a seriedade da administração pública.
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Armazém de Notícias - Edição 265 - março/2013

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