Jorge Trindade
O Prefeito de Tapes prometeu que a partir de
10 de abril procuraria a imprensa para fazer a avaliação dos primeiros cem dias
de governo. Grudei na Rádio Tapense, comprei os jornais da região, mas não
achei nada. Melhor seria que eu fizesse uma avaliação baseado nas declarações
oficiais do que foi feito e do que não foi feito. Mas a estou fazendo sob a
óptica do cidadão.
Ninguém
escolhe a herança que vai ganhar, ela vem embrulhada. Pois o Prefeito
desembrulhou a dele e apavarou-se. Não perdeu tempo e dia 2 de janeiro mesmo
emitiu o Decreto nº 1, em que cortou as horas extras que estavam sendo pagas
indevidamente aos CCs e FGs. Parabéns, é assim que se cuida da coisa pública.
Mas não dá pra jogar a sujeira pra baixo do tapete. Varrer a sujeira significa
fazer um levantamento da quantia com que os cofres públicos foram lesados,
verificar quem eram os responsáveis e processá-los por formação de quadrilha,
além de exigir a devolução das quantias pagas de forma irregular. A não ser que
a quadrilha ainda esteja presente...
No
Decreto nº 2, houve um acontecimento surreal. Foi um caso de posse sem fundo. O
Vice-Prefeito foi empossado como Coordenador da Área da Saúde do Município.
Entendo que inclusive acima da Secretária. Mas o que ocorre é que este cargo
não existe. Não está previsto em Lei. Não está escrito em lugar nenhum quais
são as suas atribuições, obrigações, carga horária, salário, etc. Foi tudo no
peito. Ficou uma posição cômoda para o Coordenador, que dita as regras, e se
tudo der certo, é mérito dele, mas se algo der errado, é culpa da Secretária,
que é quem assina estas normas.
Mas
não podemos negar que o Prefeito é festeiro. O Acampamento estava perfeito.
Pouco público, mas bem organizado. O carnaval estava melhor do que o do ano
passado, arquibancada grátis foi o máximo. O atraso na programação é culpa da
Liga. A Festa do Arroz foi um show, em todos os aspectos, negócios, turismo,
diversão. E houve outros eventos, Garota
Verão, Encontro de Motociclistas, tudo com apoio da Prefeitura. E agora,
“dizem” que não vai ser mais a APEC quem vai organizar os eventos. Vai ser a
ACCITA. Deve ter ganhado a licitação.
Como
diz o meu amigo Rafael, é a política do Pão e Circo. Muito circo e pouco pão.
Refiro-me à falta de uma política de empregos. Não podemos ficar presos a ideia
de que vamos ter um porto e que isso vai resolver todos os problemas. Até
porque o porto está em fase de LP (Licença de Pensamento), pensamos que um dia
vamos ter um porto e alguém pensa que um dia vai instalar um porto. Agora, a
Licença Prévia, esta ainda não chegou na FEPAM.
Mas o
que eu mais gosto no Prefeito é que ele está sempre presente, em todos os
eventos. Anda na rua, faz caminhadas, é gente como a gente. Conhece cada buraco
das ruas da cidade. Conhece cada calçada intransitável. Vai verificar os
problemas in loco, como a visita que fez à ilha para conhecer pessoalmente a
situação de risco com que vivem aqueles tapenses. O que nos deixa a expectativa
de que os problemas de moradia serão resolvidos antes da próxima enchente. Bah,
falei neste assunto e lembrei-me das quarenta casas. Será que vamos ter que
devolver esta verba, também?
_______________
Armazém de Notícias - junho de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário