Jorge Trindade
O Programa Minha Casa Minha Vida completou
quatro milhões de unidades habitacionais entregues. Mais do que um número
astronômico, este programa tem outra representação na vida das pessoas. Hoje,
se marido e mulher ganham um salário mínimo cada, vão até a Caixa e encaminham
um financiamento para construir a própria casa. Vão pagar uma prestação mais
baixa do que o aluguel que pagaram a vida inteira e terão uma moradia mais
digna do que as subabitações que vemos por aí.
Lembro do tempo em que só havia
financiamento habitacional para quem ganhava acima de dez salários. Isto fazia
aumentar a distância entre as classes sociais, tornando os ricos mais ricos e
os pobres mais pobres.
O MCMV vem com outra proposta agregada que
é o Programa Minha Casa Melhor, em que os financiados da casa própria podem
obter financiamento de cinco mil reais para comprar móveis e utilidades
domésticas, com cinco anos para pagar e juros infinitamente menores do que os
das lojas.
Quem pensa que esta política habitacional
do Governo Federal beneficia somente os pobres, enganou-se. Conheço um
empresário da construção civil que já fez mais de dez mil casas. Façam as
contas. Assim, quem teve competência para se estabelecer está sendo
beneficiado. Mas não só as construtoras, o programa aqueceu a economia no setor
industrial de material de construção, desde a pequena olaria até a
multinacional do cimento, madeireiras, ferragens, serrarias, setor de
transportes e outros. O MCMV acabou com o desemprego na construção civil. Hoje
não há pedreiros e auxiliares desempregados. Pedreiros estão cobrando salário
de médico. Bom para eles. É a Lei da Oferta e da Procura. Também, investidores
que direcionavam seus negócios para os alugueis, estão procurando uma atividade
produtiva, porque cada vez mais diminui a demanda por aluguel residencial.
Todos estes setores estão empregando e
gerando impostos que se transformam em recursos para mais financiamentos e
assim, estamos nos encaminhado para atender o déficit habitacional no Brasil averiguado
no início do Governo Lula que era de dez milhões de moradias.
Optei por abordar este assunto, porque há
algum tempo ouvi um empresário entusiasmado com o momento econômico chamar o
Programa de “Minha Casa Minha Dilma”, e há alguns dias ouvi um financiado fazer
uso da mesma expressão para referir-se ao programa, e explicou de forma
emocionada o que representa morar na própria casa e sentir que a cada mês ela é
mais sua.
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Armazém de Notícias - dezembro de 2013